top of page

Como a comparação nas redes sociais afeta sua saúde mental

  • Foto do escritor: Sheyla Pereira
    Sheyla Pereira
  • 19 de nov.
  • 3 min de leitura

A comparação sempre fez parte do nosso repertório humano, mas, nos últimos anos, ganhou um palco maior e mais intenso. Nas redes sociais, imagens cuidadosamente selecionadas, pequenos recortes de vida e narrativas polidas criam um cenário onde tudo parece mais bonito, mais leve e mais bem-sucedido do que aquilo que vivemos no dia a dia. Mesmo sabendo que o que vemos ali é apenas uma fração da realidade, é comum sentir que estamos ficando para trás. Esse sentimento pode afetar profundamente a nossa saúde emocional.


Como a comparação nas redes sociais afeta sua saúde mental

A comparação constante funciona como um espelho distorcido. Não enxergamos quem realmente somos, mas sim uma projeção idealizada do outro. Nesse espelho, cada imperfeição nossa parece ampliada, enquanto as imperfeições dos outros desaparecem. É fácil esquecer que por trás de cada foto existe alguém lidando com dúvidas, medos e incertezas, assim como nós.


Do ponto de vista científico, estudos sobre comportamento digital e neurobiologia mostram que a exposição constante a imagens de sucesso e beleza pode ativar áreas cerebrais ligadas à autocrítica e à comparação social. Esse processo está associado ao aumento da liberação de dopamina, que tende a reforçar a busca por validação externa. Quando essa busca se repete com frequência, o bem-estar emocional pode ser impactado, especialmente em pessoas mais sensíveis ou já sobrecarregadas.


Um caminho possível para lidar com essa armadilha é observar com honestidade o impacto que as redes têm sobre seu corpo e sua mente. Talvez você perceba um aperto no peito depois de rolar a tela por alguns minutos ou um pensamento sutil de inadequação que surge ao ver a conquista de alguém. Esses sinais internos são mensagens importantes e acolhê-los é um gesto de responsabilidade consigo mesmo.


Em vez de interpretar essas reações como fraqueza, tente enxergá-las como indicadores de limites. Cada pessoa possui um ritmo e uma sensibilidade próprios, e respeitá-los faz parte do cuidado emocional. Às vezes, isso significa reduzir o tempo de uso, fazer pausas conscientes ou reorganizar o que você consome para que o ambiente digital se torne menos ameaçador e mais nutritivo.


Também pode ser transformador lembrar que a própria comparação nos revela algo sobre nossas necessidades. Quando sentimos incômodo diante da vida de alguém, isso talvez indique um desejo adormecido, uma área em que gostaríamos de crescer ou até mesmo um aspecto nosso que precisa de cuidado. Em vez de olhar apenas para o outro, podemos aproveitar a oportunidade para olhar para nós com mais curiosidade e menos julgamento.


Cultivar presença no cotidiano é outro antídoto importante. Pequenos rituais, como uma caminhada, um café tomado com calma ou alguns minutos de silêncio, ajudam a trazer o foco de volta para aquilo que é real e palpável na sua vida, reduzindo o efeito quase hipnótico do que é apenas aparente. Esses momentos criam espaço para que você se reencontre e fortaleça a relação consigo mesmo.


Por fim, é fundamental reconhecer que nenhum ser humano vive em permanente alta performance e que não existe um modelo de vida que sirva para todos. Comparar-se pode ser inevitável em alguns momentos, mas não precisa se tornar o padrão que define a forma como você se enxerga. Há beleza em trajetórias diversas, em ritmos diferentes e em histórias que não seguem o mesmo roteiro.


Quando olhamos para nós com respeito, quando admitimos nossas vulnerabilidades sem nos punir e quando cuidamos dos nossos limites com carinho, criamos uma relação mais segura com o mundo. A comparação perde força e abre espaço para uma convivência mais autêntica com quem somos e com aquilo que verdadeiramente importa.


Comentários


SHEYLA PEREIRA
PSICÓLOGA – CRP 06/223959

Sheyla Santos Pereira – Psicóloga | CNPJ 62.192.645/0001-20
Todos os direitos reservados.

image.png
bottom of page